"Um Simples Ato de Amar" Um dia, enquanto eu caminhava, fiz amizade com uma pessoa na parada de ônibus. Ele era estudante de filosofia que era cristão, estávamos conversando sobre varias coisas, até que ele me fez uma pergunta que me pegou de surpresa: "O que seria um simples ato de amar?" Eu já tinha respondido todas as outras perguntas dele naquele dia, mas essa... essa eu não soube responder. Meu ônibus chegou, subi no aperto, andei um pouco e cheguei no trabalho, mas aquela pergunta não saiu da minha cabeça. Para alguém que até hoje não entende exatamente o que é o amor, responder isso parecia impossível. Eu namoro, deveria saber o que é amor, certo? Mas essa pergunta me fez refletir sobre a minha vida. Sempre fui do tipo que diz “sim” para tudo e todos, por medo da solidão. “Um simples ato de amar”.
Às vezes isso me irritava, mas também me fazia bem porque eu acabava dizendo sim para coisas boas. Mesmo sendo “inocente”, eu sabia o que me levaria para um lugar bom ou ruim. Mas o que tudo isso tem a ver com aquela pergunta? Bom, Passei três semanas pensando nisso e nunca mais encontrei aquele estudante de filosofia. Foi aí que me lembrei de uma situação do passado, algo que poderia ser um “simples ato de amar”. Quando eu estava no fundamental 2, estudava à tarde e faltavam 30 minutos para o portão fechar. Eu morava perto da escola e odiava o sol, então ia toda coberta com meu casaco.
No caminho, vi três cenas: um senhor cadeirante tentando subir uma rampa; uma senhora carregando compras pesadas; e uma criança sentada na calçada, chorando e parecendo perdida. Eu passei direto. Sei que fui idiota, mas senti medo: “E se eu ajudar e receber um ‘não’ na cara?” Eu sempre dizia sim para todos, mas tinha medo do não dos desconhecidos e conhecidos, por isso nunca pedia ajuda com nada. Fiquei com vergonha e comecei a andar mais rápido. Mas então parei. Faltavam 15 minutos para o portão fechar. Quanto tempo demoraria ajudar alguém? Faltava quinze minutos pro portão fechar... Eu decidi voltar. Ajudei o senhor a subir a rampa — ele morava sozinho e normalmente o moço do bar ajudava ele, mas naquele dia ele não estava lá. Como eu sabia disso? Sempre quando eu passa pra ir a escola, eu via a cena...
Peguei na mão da criança, e ela de repente parou de chorar e me seguiu sem questionar, levei ela comigo até encontrar a senhora com as compras, que não estava tão longe. E a criança confiou em mim — será que os pais dela nunca ensinaram a não seguir estranhos? Fiquei com raiva por dentro, mas não disse nada. Ajudei a senhora com as compras, no caminho contei piadas ruins (mas eles riram). Chegando na casa da senhora, conversei com a criança — sempre fui ruim em direção, mas ela sabia onde morava! (que sorte). A senhora me ajudou a entender o caminho...
No meio do caminho briguei com a criança: “Quando alguém puxar seu braço assim, não é pra confiar nessa pessoa! Eu poderia te sequestrar sabia?” E ela respondeu: “Você não parece do mal, tia...” Aquilo me quebrou... Deixei a criança em casa. A mãe dela estava na porta com policiais e agradeceu muito — eu só fui embora com minha cara antipática de sempre porque não queria agradecimentos nem recompensas; só queria ir pra escola. Era dia de matéria de prova; olhei no relógio: 13h45! Sai correndo até a escola. Cheguei lá às 14h — não me deixaram entrar e fiquei na porta até as 17h com medo da minha mãe perguntar onde eu estava, e o motivo de eu ter voltado cedo, com certeza eu iria apanhar (espero que ela nem leia isso rs).
Hoje me pergunto: será que esse ato de amar, é amar o próximo? Ou amar a mim mesma? Talvez seja uma daquelas perguntas com várias respostas. Essa história que quase esqueci talvez seja minha resposta. Mas por que esse ato precisa ser tão simples? O estudante do ponto de ônibus poderia ter perguntado “O que seria um ato de amar?”, mas ele disse “simples”. Por quê? Eu acho que ainda não tenho essa resposta. Para alguém que é conhecida como a “Google” não saber responder é complicado.
Mas quer saber? O amor não precisa ser complexo! Talvez aquela situação nem fosse amor exatamente — talvez fosse compaixão. Eu deixei meu orgulho de lado, minhas responsabilidades, desobedeci regras para ajudar. E foi a melhor coisa que fiz. O mais engraçado é que nunca mais vi o senhor cadeirante, a criança ou a senhora depois daquele dia... rs. Mas aprendi algo: em certas situações as regras existem para serem quebradas em mil pedaços... Por um sorriso vale muito a pena.
Bom, por hoje é só meus leitores! Até a próxima! ❤
(Sobre o "simples" na pergunta da pessoa do ponto de ônibus, acho que talvez ele quisesse justamente isso: que você pudesse enxergar que amar não precisa ser grandioso ou complicado. Pode ser algo pequeno, mas significativo. Um gesto, um sorriso, um ato inesperado de bondade. O amor também é se permitir errar, sentir raiva, insegurança e mesmo assim continuar tentando. Você não precisa ter todas as respostas para ser uma pessoa amorosa — já está fazendo isso só por refletir e agir como agiu.)
creditos: minha tia
1 Comentários
O amor é simples e difícil
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