Capítulo 2: A Revelação
(Da história criada por mim mesma: Lua)
Naquela noite, Clara não dormiu.
O diário repousava em sua mochila como uma presença viva. Toda vez que fechava os olhos, via a frase:
"Você não deveria estar lendo isso, Clara."
Mas o que aquilo queria dizer?
Como aquele caderno sabia seu nome?
E mais assustador: por que tudo aquilo soava tão… íntimo?
Na manhã seguinte, o inverno estava mais denso. A névoa cobria as ruas como um segredo que não queria ser lembrado. A cidade parecia a mesma — mas Clara não era mais. Algo havia mudado.
E, dentro dela, uma pergunta martelava:
"E se Isadora não for só uma mulher do passado? E se ela for... uma versão de mim mesma que nunca voltou a tempo?"
Foi assim que começou a investigação. Mas não uma investigação comum — não com provas, nem com lógica. Era uma busca em meio a símbolos, sinais e silêncios. Clara não queria descobrir quem havia matado Isadora. Queria descobrir por que ela também estava morrendo por dentro.
Voltou à biblioteca como quem retorna ao lugar do crime.
Pegou o diário.
Relia cada linha com olhos diferentes.
E então, algo novo surgiu: nas margens das páginas, rabiscos que ela não havia visto antes. Palavras quase invisíveis, como se estivessem escritas com respiração no vidro.
“Você já esteve aqui antes.”
“Essa cidade também se esqueceu.”
“O culto do silêncio é antigo.”
Clara tremeu.
Ela achava que investigaria o passado de uma desconhecida. Mas estava sendo arrastada para dentro de um mistério maior — um que misturava fé, ausência, e um esquecimento coletivo.
Foi conversar com os mais velhos da cidade.
— Isadora? — disse Dona Cecília, a costureira. — Lembro dela sim... doce demais. Mas foi se apagando. Primeiro deixou de cantar. Depois de sorrir. E então... sumiu.
— Disseram que foi assassinada — arriscou Clara.
— Pode ter sido. Mas sabe, minha filha? Às vezes a gente morre antes do corpo parar. E ninguém nota.
Outros moradores deram respostas parecidas. Sempre com olhares longos. Sempre com frases soltas, como se tivessem medo de dizer a coisa errada — ou de lembrar da certa.
Mas havia algo que Clara ouvia repetidamente:
“Ela frequentava aquele casarão… antes de sumir.”
“Lá, perto da colina. Onde o inverno é mais bravo.”
O casarão.
Todos evitavam falar diretamente. Mas as palavras escapavam:
rituais estranhos, encontros secretos, desaparecimentos inexplicáveis.
Clara sentia que estava chegando perto.
Mas perto de quê?
Não de um crime.
Mas de uma verdade espiritual enterrada sob camadas de ceticismo, dor e esquecimento.
O diário parecia pulsar com mais força a cada descoberta.
E então, na última página, algo novo apareceu — rabiscado como um aviso:
“O que você procura já está procurando por você.”
Clara fechou o diário com um arrepio.
Ela queria respostas.
Mas algo lhe dizia…
Algumas verdades não são descobertas. São reveladas.
✨ Capítulo 3: A Pesquisa Aprofundada… em breve.
Bom, por hoje é só meus leitores! Até a próxima.❤