Sábado passado, depois do trabalho, eu estava na parada de ônibus. Um senhor, que devia ter uns 70 anos, começou a conversar comigo. Falamos de tudo um pouco, e eu me permiti perder meu precioso ônibus. Na verdade… perdi quatro kkkkk. Mas não me arrependi. Aqueles minutos que passei ouvindo e conversando com ele não voltariam, e eu quis aproveitar cada segundo.
Ele começou a falar sobre felicidade. E, olha… eu nunca entendi muito bem o que era ser feliz. Até hoje não entendo por completo. Mas ouvir aquele senhor, o jeito que ele contava sobre a própria felicidade, me fez perceber algo simples e transformador: felicidade não tem idade, nem hora marcada, nem preço. Ela depende de nós e pode estar em qualquer lugar. Naquela parada, entre risadas e histórias, eu estava feliz. De verdade. Foi mágico.
Bom, eu escuto por aí que existe uma fase certa para ser feliz. Que a infância é o tempo do riso solto, a juventude é feita de paixões e descobertas, a vida adulta de responsabilidades, e que a velhice seria só lembrança. Como se a felicidade tivesse prazo de validade. Mas será mesmo? Será que ela obedece a um calendário, como se fosse estação do ano que só floresce uma vez?
Eu não acredito nisso. O que tenho visto e vivido é que a felicidade atravessa anos, aparece em detalhes e, muitas vezes, nos surpreende quando achávamos que já tinha passado.
Na infância
É fácil lembrar da felicidade na infância. Ela se esconde em correrias no quintal, no sabor da fruta roubada do pé, no vento bagunçando o cabelo. Criança não se preocupa com depois, não pensa em relógio. Ela simplesmente vive. E talvez por isso a infância seja lembrada como tempo de ouro.
Na juventude
Na juventude, a felicidade ganha intensidade. É o primeiro amor, as risadas com amigos, as madrugadas cheias de planos. Mas também nasce uma ansiedade: a ideia de que só seremos felizes “quando”. Quando tivermos a carreira, o amor certo, o lugar no mundo. E nessa pressa, esquecemos de olhar para agora, para a felicidade que já está ali, escondida nos pequenos passos.
Na vida adulta
Na vida adulta, parece que a felicidade se perde entre boletos, horários e responsabilidades. Guardamos o riso para depois, porque sempre há algo urgente chamando. Mas, se olharmos com calma, percebemos que ela não foi embora — só mudou de lugar.
Está no silêncio de uma manhã, em poder acender uma vela depois de um dia cheio, em cuidar de quem amamos, em sentir que estamos construindo algo. A felicidade adulta é mais profunda, menos barulhenta, mas ainda assim viva.
Na maturidade
E quando os anos avançam? A sociedade insiste em dizer que é declínio, mas eu vejo outra coisa. Na maturidade, a felicidade volta a ser simples, mas de um jeito diferente da infância. Não há mais pressa, nem necessidade de provar nada a ninguém.
Ela está no cheiro de café, numa boa conversa, num entardecer visto da janela. É quando descobrimos que o tempo vale mais do que qualquer conquista — e que a vida, apesar de suas dores, continua nos oferecendo beleza.
Felicidade sem idade
E é aí que entendo: a felicidade não tem idade. Não mede rugas, não pesa aniversários, não escolhe década. Só precisa de espaço.
Às vezes vem em gargalhadas, às vezes em lágrimas que aliviam, às vezes em silêncios que aquecem. Não importa se você tem 8 ou 80 — sempre haverá algo que pode fazer o coração sorrir.
O segredo talvez seja não esperar que a felicidade esteja em um “quando”. Nem no passado idealizado, nem no futuro sonhado. Mas aqui. No agora. No instante em que você respira fundo, olha ao redor e percebe que, apesar de tudo, ainda existe motivo para se encantar.
No fim das contas, ser feliz não é uma questão de idade. É uma questão de permitir.
E, às vezes… a felicidade só aparece quando a gente se permite perder um ônibus e ganhar um momento mágico.
Bom, por hoje é só meu leitores. Até a próxima❤
👏🏻👏🏻👏🏻
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